Mochilão Patagônia - El Chalten 2.0

Volteeei!! E vim contar a segunda parte do meu mochilão pela Patagônia, lá em El Chalten (quanta saudade).

No segundo dia na vila, acordamos ao amanhecer (após as 10h), preparamos nossos lanchinhos e bora para a caminhada.

A intenção desse trekking era chegar na Laguna de Los Tres, que fica a 10,4 km de distância da cidade e a 1165m de altitude (pensa na asmática aqui!!)

Bom, vamos lá... para chegar ao nosso destino o tempo médio de caminhada era de 5h IDA e 5h VOLTA (sim, um dia inteiro).

Entramos no parque nacional e caminhamos. Caminhamos. Caminhamos.

Passamos por trechos de florestas que pareciam cenário de filmes ou desenhos da Disney, a vista da caminhada era linda. Como o inverno estava chegando era de se notar bolsões de neve entre as pedras brancas da paisagem. Tudo tão lindo, que saudade...

Após algumas horas, chegamos ao Mirador da Laguna de Los Tres, onde tivemos uma vista fora do comum (a da foto aqui em baixo). Após contemplar a vista por um tempo, continuamos a caminhada.

Mais subida. Mais descida. E chegamos ao Acampamento Poincenot, que fica a 7,8km da cidade e a 740m de altitude. Comemos nosso lanche, descansamos alguns minutos e continuamos a caminhada.

Depois do acampamento, cruzamos um pequeno riacho parcialmente congelado e foi aí que a grande subida começou.

Com algumas paradinhas aqui e ali para ganhar fôlego (as crises de asma ficaram ainda mais fortes conforme subíamos). Havia muito gelo entre as pedras e muita lama, a subida começou a ficar difícil. Para colocar a cereja em cima do bolo, o tempo começou a fechar.

Foi aí que encontramos um grupo de turistas voltando: um chinês, um belga e um casal de brasileiros. O concelho do grupo foi que não continuássemos a caminhada pois iria chover e ficaríamos presos na montanha. Com muito custo mas ciente dos perigos que enfrentaríamos se continuássemos, resolvemos voltar junto a eles.

Foi colocarmos os pés fora da montanha e a chuva começou a cair torrencialmente. Foi sorte não ter continuado a subida.

Trilhamos as 5h de volta junto ao Chinês e ao Belga (juro que não me lembro o nome deles), o casal brasileiro estava acampando lá no Poincenot. Foi uma caminhada correndo contra o tempo, pois estava anoitecendo e ninguém tinha lanterna.

Percorremos a margem da Laguna Capri (como contei aqui), visualizamos um pouco mais daquela maravilha que estava congelada e continuamos a caminhada.

Conseguimos chegar ao anoitecer, nos despedimos dos amigos e rumamos (mortos de cansados) para o chalé. O passeio nos rendeu boas histórias, uma câmera cheia e muitas bolhas nos pés.